Diário do Mercado na 4ª feira, 26.12.2018
Ibovespa recua refletindo véspera de natal, NY fecha nas máximas
Comentário.
Na última 2ª feira, 24.12, véspera de natal, os principais mercados acionários no exterior sofreram firmes realizações, ao passo que a bolsa local não funcionou. A aversão ao risco do dia 24 refletiu domesticamente na sessão de hoje e o Ibovespa encerrou com recuo de 0,65%. As perdas poderiam ser maiores, mas uma recuperação durante a tarde foi puxada pelos índices de Nova Iorque que sucederam máximas até o fim do pregão.
O maior apetite ao risco no exterior gerou forte alta dos preços do petróleo e das bolsas norte-americanas, catapultadas também por declaração de Trump que enfatizou o momento positivo das empresas e da economia do país. Além, também, da confirmação pela Casa Branca de manutenção do presidente do Fed, Jerome Powell.
O cenário exposto levou os mercados de NY a saltos de mais de 5%. Já no mercado de câmbio, o real esteve entre os piores desempenhos com o dólar avançando 1% por aqui. A curva de juros encerrou com comportamento misto, a ponta longa registrou ligeira devolução de prêmios.
Ibovespa.
O índice abriu em queda firme, ecoando o mau humor dos mercados na segunda-feira, quando houve fortes realizações. Já durante a tarde o índice passou a se recuperar, ao mesmo tempo que os índices norte-americanos renovavam máximas e o petróleo também avançava. Nesta esteira, Petrobras e Ultrapar lideraram as altas, aliviando a queda do índice. Na outra ponta, o setor financeiro recuou em peso.
O Ibovespa fechou aos 85.136 pts (-0,65%), acumulando -4,88% no mês, +11,43% no ano e +12,45% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,5 bilhões, sendo R$ 9,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 20 de dezembro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,4 bilhão, com o saldo negativo em dezembro indo a R$ 1,4 bilhão. No ano, o déficit situa-se em R$ 10,911 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
O IPC-S apresentou uma inflação de 0,10% na terceira semana de dezembro, aumentando 0,13 pontos do último dado. A dívida pública brasileira subiu 1,69% em novembro, somando R$ 3,82 tri, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, a elevação da dívida leva em consideração a emissão líquida de R$ 34,68 bilhões em títulos públicos, volume acima do volume dos resgates e também foram contabilizados R$ 29,02 bilhões em despesas com juros.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) chegou a superar os R$ 3,94 na máxima intradiária, com o real entre os piores desempenhos em uma cesta com as principais moedas. A divisa renunciou parte dos ganhos no fim mas encerrou com firme alta, mesmo com intervenção do BC via leilão de linha de US$ 2 bilhões.
O dólar fechou cotado em R$ 3,9220 (+0,95%), acumulando +1,66% no mês, +18,31% no ano e +18,35% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 214 pontos ante 210 pontos da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com sinais mistos e variações marginais em dia de liquidez reduzida. As seções curta e média apresentaram ligeira alta ou estabilidade, ao passo que os contratos de longo prazo fecharam com recuos.
Para a semana.
No Brasil: IGP-M/FGV; Taxa de inadimplência de empréstimos pessoais; Taxa de desemprego nacional; Resultado primário do setor público consolidado; Resultado nominal do setor público consolidado.
EUA: Vendas de casas novas; Balança comercial; Índice de compras dos gerentes de Chicago.
China: Lucros Industriais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento da bolsa na 4ª feira, 26.12.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos.